Secretário diz que há ‘dificuldade de fiscalizar’ prisão domiciliar de Celsinho da Vila Vintém
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Celsinho e advogado sorriem após soltura
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No dia seguinte à saída de Celsinho da Vila Vintém do presídio de Gericinó, em Bangu, o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, criticou a decisão da justiça de colocá-lo em prisão domiciliar.
“Há até uma dificuldade de fiscalizar se ele está cumprindo a prisão domiciliar em razão da localização de sua residência”, disse Victor Santos em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira.
“A gente vê um criminosos desse saindo pela porta da frente e gozando de um benefício de uma prisão domiciliar dentro da comunidade”.
Celsinho mora na comunidade que deu origem ao seu apelido, que fica em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
O secretário também ironizou a decisão de tirá-lo da pena em regime fechado.
“Só no meu tempo de polícia ele já era traficante e não acredito que tenha mudado de profissão por causa de um problema de saúde ou do problema de saúde de alguém da família”, pontuou.
Prisão em maio
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Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, de 64 anos, é um dos fundadores da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA). Ele foi preso em maio, na Vila Vintém, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Civil, ele e tinha se aliado ao Comando Vermelho (CV), com quem rompeu no passado, para retomar comunidades que foram dominadas pela milícia. Ele também teria feito negócios com um grupo paramilitar e “comprou” o controle da Vila Sapê, em Curicica.
Celsinho foi colocado em prisão domiciliar nesta segunda após uma decisão do STJ. A decisão monocrática é do ministro Sebastião Reis Júnior e foi tomada no dia 9. Nela, o relator afirmou que a liberdade foi baseada em "razões humanitárias e excepcionais".
O magistrado também ponderou que "a prisão cautelar passou a ser a mais excepcional das medidas, devendo ser aplicada somente quando comprovada sua inequívoca necessidade, devendo-se sempre verificar se existem medidas alternativas à prisão adequadas ao caso concreto".
Em substituição ao regime fechado, o ministro decidiu pela prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Celsinho também poderá acompanhar a esposa durante consultas em hospitais. Deise Mara de Souza Rodrigues está com metástase de um câncer.
Ainda segundo a defesa, Celsinho sofre de hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia e diverticulite aguda — doenças que exigem tratamento contínuo e, segundo os advogados, tornam inviável sua permanência no sistema prisional.