Estudo usa restos de pescado para criar ração alternativa e reduzir impactos ambientais no Amapá
27/10/2025
(Foto: Reprodução) Projetos voltados ao desenvolvimento da agricultura no AP foram apresentados em feira
Uma ração artesanal produzida a partir de resíduos da indústria pesqueira está sendo desenvolvida no Laboratório de Aquicultura e Pesca da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Amapá, em parceria com a Universidade do Estado do Amapá (Ueap). A proposta é transformar sobras de peixe em um alimento nutritivo e sustentável para a criação de pirapitingas.
A pesquisa foi apresentada durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Macapá, e chamou a atenção de estudantes e visitantes.
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O estudante Anderson da Silva, de 13 anos, da Escola Estadual Lucimar Amoras Del Castillo, foi um dos que se interessaram pela iniciativa.
“Eu gostei muito do fato dessa ração ser feita do peixe próprio. Achei bem interessante porque ajuda a gente, deixa a gente mais inteligente. Pra mim, vale muito a pena”, disse.
Embrapa desenvolve estudo sobre ração para a piscicultura feita a partir de resíduos de peixe
Thiago Nunes/Rede Amazônica
A ração é feita com farinhas produzidas a partir de carne e ossos de pescado, que seriam descartados. O processo evita desperdício, reduz impactos ambientais e ainda gera um produto rico em proteínas, vitaminas e minerais.
“Em parceria com a Ueap, a gente traz esse material para a universidade. Eles têm todos os equipamentos para produzir a farinha de resíduo de peixe, que é o principal ingrediente para a formulação de rações. A gente deixa de contaminar o ambiente e consegue um ingrediente proteico, rico em vitaminas, rico em minerais, e consegue formular uma ração para a piscicultura”, explicou Leandro Damaceno, analista de laboratório da Embrapa.
Ração para a piscicultura é produzida a partir de resíduos de peixe
Thiago Nunes/Rede Amazônica
A pesquisa é apresentada pela bolsista Amanda Mendes Pacheco, acadêmica de Engenharia de Pesca da Ueap, sob orientação da pesquisadora Eliane Yoshioka.
O objetivo é desenvolver tecnologias para o cultivo de peixes como a pirapitinga, com foco em nutrição padronizada, melhor desempenho zootécnico e redução de custos na piscicultura.
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Durante o experimento, os peixes foram alimentados com três tipos de ração isoprotéicas: uma sem farinha de resíduo de pescado (controle), outra com predominância de carne de peixe e uma terceira com predominância de ossos.
Os resultados mostraram que as farinhas feitas com resíduos são alternativas eficazes e sustentáveis para a alimentação de pirapitingas.
Bolsista Amanda Mendes Pacheco, acadêmica de Engenharia de Pesca da Ueap.
Embrapa/Divulgação
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