Em Bauru, 38% gastam entre 15 e 30 minutos para chegar ao trabalho, mas tem trabalhador que leva mais de 2h

  • 27/10/2025
(Foto: Reprodução)
Maioria dos trabalhadores utiliza o carro como meio de transporte em Bauru e Presidente Prudente TV TEM/ Reprodução Segundo dados do Censo Demográfico 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os moradores das regiões de Bauru e Presidente Prudente (SP) levam entre 15 a 30 minutos para ir de carro até o trabalho. O centro-oeste e o oeste paulista seguem a tendência nacional e têm cenário parecido com a capital do estado. O Censo leva em consideração os movimentos pendulares (de casa para o trabalho e vice-versa), pessoas ocupadas na semana de referência, que, no trabalho principal, trabalham fora do domicílio pelo menos 3 vezes na semana. Os dados foram divulgados neste mês de outubro 🔎 Pela primeira vez, o Censo investigou qual o principal meio de transporte usado pelos trabalhadores no trajeto até o emprego. A inovação foi pedir que fosse indicado “o meio de transporte em que a pessoa passa a maioria do seu tempo no deslocamento para trabalho, ainda que utilize mais de um meio de transporte”, segundo o IBGE. Em Bauru, a maioria dos entrevistados faz o trajeto para o trabalho de automóvel (52,79%), e levam mais de 15 minutos até meia hora (38,43%). Em Presidente Prudente, 36,68% levam mais de 15 minutos até meia hora nesse trajeto pendular e 50,56% o fazem de automóvel. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp E não é só nas maiores cidades das nossas regiões que esse cenário aparece. Em termos de comparação, em Borá, a menor cidade paulista e 3º menor do país, 30,08% dos entrevistados fazem o percurso em 6 até 15 minutos, seguido de 28,5% que fazem de quinze até meia hora. A cidade, de 907 habitantes, não está muito longe da realidade dos grandes centros. Veja abaixo os vídeos mais acessados no g1: Veja os vídeos que estão em alta no g1 Nacionalmente, esse tempo de trajeto é feito pela maioria dos entrevistados, cerca de 31,22%. Na capital paulista, a porcentagem também é a maior, de 30,11%. O automóvel como meio de transporte mais usado prevalece em ambas. Ainda na capital, cerca de 2,9% do percentual geral fazem deslocamentos de mais de uma hora. A maioria destes trabalha em outros municípios e vão para o trabalho de ônibus. Outras realidades Moradora de Presidente Prudente demora menos de 5 minutos para chegar ao trabalho TV TEM/ Reprodução Apesar de grande parte das pessoas levarem entre 15 e 30 minutos para o trabalho, ainda existem as que estão nas extremidades. Não é difícil encontrar quem tem a facilidade de chegar ao trabalho em até 5 minutos, nem quem passa pelo transtorno de levar mais de 1 hora para ir trabalhar. Em Presidente Prudente, por exemplo, 9,23% do percentual não leva mais de 5 minutos para chegar ao trabalho. É o caso da Lurdes Andrade, diretora de um colégio particular, que mora há menos de dois minutos do trabalho. Vai todos os dias de carro. Ela sai do bairro onde mora, Jardim Paulista, e vai até o colégio, que fica no bairro Santa Tereza. A distância média é de 1 km. Ela não morava tão perto, mas se mudou para ter algumas vantagens. “A primeira é a economia, depois tem a vantagem de levantar um pouquinho mais tarde. Assim, a gente chega rápido no trabalho, não tem trânsito nenhum. Nem no sentido centro, nem no sentido bairro. E, se precisar de algo no colégio, estou sempre aqui por perto”, relata a professora. Além de tudo, o fato da cidade ter porte médio, para Lourdes, é um grande fator que colabora com a comodidade do dia a dia. “Presidente Prudente está expandindo bastante, mas a comodidade da gente estar próximo de comércio, mercados e igrejas, por exemplo, torna tudo mais fácil para nós. Não trocaria a vida em Prudente por nenhuma cidade grande, nem para passeio.” Mas nem todos possuem um carro para poder ir e voltar do trabalho. Na outra ponta, além de dependerem do transporte coletivo, ainda existem aquelas pessoas que fazem longos trajetos. Em Bauru, 4,09% levam mais de uma hora no deslocamento. É o caso da Neli Tineli, auxiliar de limpeza. Auxiliar de limpeza utiliza ônibus para ir trabalhar todos os dias em Bauru TV TEM/ Reprodução Ela sai às 5h20 de casa, na Vila São João do Ipiranga, pega um segundo ônibus, por volta das 6h20, próximo da Vila Triagem e, em seguida, chega ao trabalho, no Distrito Industrial Marcus Vinícius Feliz Machado, às 6h45. Isso quando nenhum ônibus atrasa. Se atrasar, chega no serviço depois das 7h. “Não posso me atrasar todo dia, porque fica difícil justificar para o patrão. O problema é que isso está se tornando cada dia mais recorrente. Tenho que torcer para o primeiro ônibus passar no horário. O ideal seria colocar outro ônibus”, diz. Chamar carro de aplicativo não está dentro das possibilidades de transporte de Neli. A passagem do ônibus já é um gasto considerável no orçamento da auxiliar de limpeza e, por isso, depende do bom funcionamento do transporte público. Mas não só ela. São vários os exemplos de pessoas que vivenciam a correria para chegar ao trabalho e mostram que, nem todos, possuem as mesmas 24 horas. Acordar mais cedo, passar por mais transtornos e se estressar mais é, também, a realidade de Meire Bessão. Meire mora em Bauru, mas é funcionária pública em Duartina. Ela pega dois coletivos urbanos da sua casa, no Parque das Nações, até chegar na rodoviária. De lá, ela pega um ônibus até Duartina. Segundo ela, a viagem intermunicipal é tranquila. Dura cerca de 40 minutos, o tempo médio de distância entre as cidades. O transtorno mesmo é dentro de Bauru. Meire chega a gastar 1h30 para ir da sua casa até a rodoviária e, também, o caminho inverso. É este trajeto na ida e na volta, de segunda a sexta. Meire faz parte dos 0,03% dos entrevistados que passam mais de 2 horas até 4 horas no deslocamento para o serviço. Ela conta que, o tempo que ela leva para transitar dentro da cidade, poderia ser menor se houvesse mais linhas de ônibus com horários intercalados na sua região. “O ônibus do Parque das Nações é o que causa mais transtorno. Só tem essa linha disponível. Um carro por hora. Quem precisa chegar no serviço às 7h, precisa pegar o das 5h30, porque não tem horários alternativos e o das 6h30 não dá. Sem contar que a linha passa por bairros afastados, que já são atendidos por outras linhas. É onde perdemos muito tempo também”, relata. Carro é o principal meio de transporte dos trabalhadores, mas tem quem utiliza ônibus e alguns demoram mais tempo neste deslocamento TV TEM/Reprodução O que dizem os números O fato do centro-oeste e oeste paulista, os trabalhadores terem uma preferência por carros, ao invés de ônibus, não diz apenas sobre a prevalência desse meio de transporte, mas também sobre a deficiência na relação entre o crescimento urbano e disponibilidade das linhas. A falta de alcance e regularidade do transporte público faz com que as pessoas não consigam usá-lo plenamente. Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE, explica melhor sobre esse fenômeno “O uso do automóvel se destaca justamente por conta dessas fragilidades que a gente vê no sistema de transporte coletivo, que não é só um fenômeno local. As outras grandes cidades aqui do estado de São Paulo apresentam também esse mesmo perfil”. Além disso, boas condições de trabalho também são cruciais para que o tempo de deslocamento diminua para as pessoas. “Se a economia continuar tendo a capacidade de oferecer bons trabalhos, a gente pode ter, inclusive, um aumento de pessoas tendo esse tempo mais curto de deslocamento, e isso é benéfico para a região, porque você tem uma questão de condições de vida”, explica o analista. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2025/10/27/em-bauru-38percent-gastam-entre-15-e-30-minutos-para-chegar-ao-trabalho-mas-tem-trabalhador-que-leva-mais-de-2h.ghtml


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